quarta-feira, 10 de junho de 2009

Hoje em dia ser louco é ser normal!

Você é louco?...Descubra aqui!

Sintomas:

Você rir loucamente igual a um retardado?
Você fala sozinho?
Você ouve vozes?
Você arranca seus cabelos?
Você chama Jesus de Genésis?
Você chama o seu cachorro,pensando que é seu irmão? (Calma..eu faço isso,portanto não se envergonhe..Faz parte dos sintomas)
Você rir e chora ao mesmo tempo?
Você se olha no espelho e fala : EU VOU TE MATAR!?


Se você tem metade desses sintomas,sinto lhe informar mas você precisa procurar um psicólogo.
Mas se você tem TODOS os sintomas,você é um ABESTALHADO de pai e mãe.(Obs:Hoje em dia ser louco é ser normal)

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Droga ! O Fim da linha!


O Fim dA Linha!

O uso do crack - e sua potente dependência - frequentemente leva o usuário à prática de pequenos delitos, para obter a droga. Os pequenos furtos de dinheiro e de objetos, sobretudo eletrodomésticos, muitas vezes começam em casa. O dependente dificilmente consegue manter uma rotina de trabalho ou de estudos e passa a viver basicamente em busca da droga, não medindo esforços para consegui-la.

Estudos relacionam a entrada do crack como droga circulante em São Paulo ao aumento da criminalidade e da prostituição entre os jovens, com o fim de financiar o vício. Na periferia da cidade de São Paulo, jovens prostitutas viciadas em crack são o nicho de maior crescimento da AIDS no Brasil.



AiDs!

A síndrome da imunodeficiência adquirida (SIDA, normalmente em Portugal, ou AIDS, mais comum no Brasil) é o conjunto de sintomas e infecções em seres humanos resultantes do dano específico do sistema imunológico ocasionado pelo vírus da imunodeficiência humana (VIH, ou HIV segundo a terminologia anglo-saxónica).

O sistema imunológico, também conhecido como sistema imunitário, compreende todos os mecanismos pelos quais um organismo multicelular se defende de invasores internos, como bactérias, vírus ou parasitas.

Existem dois tipos de mecanismos de defesa: os inatos ou não específicos, como a proteção da pele, a acidez gástrica, as células fagocitárias ou a secreção de lágrimas; e o sistema imunitário adaptativo, como a ação direccionada dos linfócitos e a sua produção de anticorpos específicos.


Em caso de dúvida , leia.

A fagocitose é o englobamento e digestão de partículas sólidas e microorganismos por fagócitos ou células amebóides.
Linfócito
é um tipo de leucócito, ou glóbulo branco, presente no sangue fabricados pela medula óssea vermelha, através das células-tronco linfóides que se diferenciam em células pré B e pró-timocitos. Os pró-timocitos dão origem aos Linfócitos T que por sua vez vão amadurecer nos tecidos linfóides; já as células pré B dão origem aos Linfócitos B. Por sua aparência ao microscópio, há duas categorias de linfócitos: os grandes e pequenos. A maioria, mas não todos, os linfócitos grandes granulares são as chamadas Natural Killer (células NK ou exterminadoras naturais). Os linfócitos pequenos podem ser linfócitos T ou linfócitos B. Os linfócitos tem um papel importante na defesa do corpo.
leucócitos, também conhecidos por glóbulos brancos, são células produzidas na medula óssea e presentes no sangue.A medula óssea, também conhecida como tutano, é um tecido gelatinoso que preenche a cavidade interna de vários ossos


Se depois de TUDO isso você quiser EXPERIMENTAR ou se VICIAR em DROGA..vaii em frente e acabe com sua vida...Mas lembre-se..você não poderá dizer que foi por falta de aviso.


A DROGA É UMA DROGA!


domingo, 7 de junho de 2009

Tudo o que é sólido pode derreter!


Visite o site...

http://www.tvcultura.com.br/tudooqueesolido/index.php

Tudo o que é sólido pode derreter !!

Sexta ás: 19:30
e no Domingo: 20:00
Na tv cultura!!

Esse progama é tipo um DIÁRIO DE ADOLESCENTES,muito bom..se puder assistir...ASSISTA...é muito legal !!

YouTube - Pitty - Equalize






Pra quem gosta de Pitty (Priscila Leone)..aii vaii a letra da músca Equalize.
Às vezes se eu me distraio
Se eu não me vigio um instante
Me transporto pra perto de você
Já ví que não posso ficar tão solta
que vem logo aquele cheiro
Que passa de você pra mim
Num fluxo perfeito
Enquanto você conversa e me beija
Ao mesmo tempo eu vejo
As suas cores no seu olho tão de perto
e me balanço devagar
Como quando você me embala
O ritmo rola fácil
Parece que foi ensaiado .

E eu acho que eu gosto mesmo de você!!!
Bem do jeito que você é!!

Eu vou equalizar você
Numa frequência que só a gente sabe
Eu te transformei nessa canção
Pra poder te gravar em mim

Adoro essa sua cara de sono
E o timbre da sua voz
Que fica me dizendo coisas tão malucas
E que quase me mata de rir
Quando tenta me convencer
Que eu só fiquei aqui
Porque nós dois somos iguais
Até parece que você já tinha
O meu manual de instruções
Porque você decifra os meus sonhos
Porque você sabe o que eu gosto
E porque quando você me abraça
O mundo gira devagar

E o tempo é só meu
Ninguém registra a cena de repente
Vira um filme todo em câmera lenta

E eu acho que eu gosto mesmo de você
Bem do jeito que você é
Eu vou equalizar você
Numa frequência que só a gente sabe
Eu te transformei nessa canção
Pra poder te gravar em mim
Eu vou equalizar você
Numa frequência que só a gente sabe
Eu te transformei nessa canção
Pra poder te gravar em mim.














Talento ou moda?

É's a questão...Talento ou moda?...desde que Crepúsculo estreou,tem gente que fala que é moda..outros dizem que é talento...eu particulamente ameii esse filme e aposto no sucesso.Mas,se você não gosta(ou gosta),temos que respeitar sua opinião,aliás vivemos num mundo onde há democracia!!

Crepúsculo é um filme onde a população feminina ataca (não todas).Mas a beleza de Edward Cullen (interpretado por Robert Pattinson)encanta e fascina aos olhos de quem enxerga!

A queridinha Bella Swan(interpretada por Kristen Stewart) também não fica atrás.A linda moça encanta a população masculina!


Capitães da Areia!

Genteeeeeeeeee!!!!!!!!!!!
Pra quem gosta de ler...o livro Capitães da Areia
é muito bom!!

Pra quem quiser mais informações...aii vaii a minha descrição(na verdade minha pequena descrição,porque só lendo para entender e compreender esse maravilhoso livro)

Capitães da Areia é um romance de Jorge Amado.O livro fala de menores abandonados que viviam do furto (e do sexo,para ser mais sincera).Quem tiver oportunidade de ler,leia,você não vaii se arrepender!!

A obra Capitães de Areia acontece na Bahia,onde os jovens,liderados por Pedro Bala (um dos menores infratores) viviam num velho trapiche de Salvador,á custa de furtos e malandragens.A Obra denuncia as desigualdades sociais,contrapondo permanentemente burguesia e povo.
A obra CAPITÃES DE AREIA trata da vida de menores abandonados da Bahia, liderados por Pedro Bala e vivendo

Agenor De Miranda Araújo (Cazuza)


Grande poeta e compositor.Agenor De Miranda Araújo Neto,mais conhecido como Cazuza.Filho de João Araújo,produtor fonográfico,e de Maria Lucia Araújo(mas conhecida como Lucinha Araújo.Cazuza siginifica vespa em Pernambuco e Cazuza recebeu o nome de Agenor por causa de seu avô,Cazuza sempre renegou o nome e só resolveu aceitar quando descobriu que um dos seus compositores prediletos,Cartola,também se chamava Agenor.

Cazuza sempre teve contato com a música. Influenciado desde pequeno pelos grandes valores da música brasileira, ele tinha preferência pelas canções dramáticas e melancólicas, como as de Cartola, Dolores Duran, Lupicínio Rodrigues, Noel Rosa e Maysa.


Angenor de Oliveira
, mais conhecido como Cartola, (Rio de Janeiro, 11 de outubro de 1908Rio de Janeiro, 30 de novembro de 1980) foi um cantor, compositor e violonista brasileiro. Considerado por diversos músicos e críticos como o maior sambista da história da música brasileira.


Dolores Duran, nome artístico de Adiléia Silva da Rocha, (Rio de Janeiro, 7 de junho de 1930 — Rio de Janeiro, 23 de outubro de 1959) foi uma cantora e compositora brasileira.

Lupicínio Rodrigues (Porto Alegre, 16 de setembro de 1914 — Porto Alegre, 27 de agosto de 1974) foi um compositor brasileiro.

Lupe, como era chamado desde pequeno, compôs marchinhas de carnaval e sambas-canção, músicas que expressam muito sentimento, principalmente a melancolia por um amor perdido.


Noel de Medeiros Rosa (Rio de Janeiro, 11 de dezembro de 1910Rio de Janeiro, 4 de maio de 1937) foi um sambista, cantor, compositor, bandolinista, violonista brasileiro e um dos maiores e mais importantes artistas da música no Brasil.





Maysa Figueira Monjardim, mais conhecida como Maysa Matarazzo ou simplesmente Maysa (São Paulo ou Rio de Janeiro , 6 de junho de 1936Niterói, 22 de janeiro de 1977), foi uma cantora, compositora e atriz brasileira.

Fernando Pessoa



Conhecendo os Poetas.



Fernando António Nogueira Pessoa (Lisboa, 13 de Junho de 1888 — Lisboa, 30 de Novembro de 1935), mais conhecido como Fernando Pessoa, foi um poeta e escritor português.
É considerado um dos maiores poetas da Língua Portuguesa, e o seu valor é comparado ao de Camões.
( Luís Vaz de Camões (c. 152410 de Junho de 1580) é frequentemente considerado como o maior poeta de língua portuguesa e dos maiores da Humanidade. O seu génio é comparável ao de Virgílio, Dante, Cervantes ou Shakespeare; das suas obras, a epopéia Os Lusíadas é a mais significativa.)

O crítico literário Harold Bloom considerou-o, juntamente com Pablo Neruda, o mais representativo poeta do século XX. (Harold Bloom (Nova Iorque, 11 de julho de 1930) é um professor e crítico literário estadunidense. O professor ficou conhecido como um humanista porque sempre defendeu os poetas românticos do século XIX, mesmo num tempo em que suas reputações eram muito baixas.) e (Pablo Neruda (Parral, 12 de Julho de 1904Santiago, 23 de Setembro de 1973) foi um poeta chileno, um dos mais importantes poetas da língua castelhana do século XX, e cônsul do Chile na Espanha (1934-1938) e no México.).
Por ter vivido a maior parte de sua adolescência na África do Sul, a língua inglesa também possui destaque em sua vida, com Pessoa traduzindo, escrevendo, trabalhando e estudando no idioma. Teve uma vida discreta, em que atuou no jornalismo, na publicidade, no comércio e, principalmente, na literatura, onde se desdobrou em várias outras personalidades conhecidas como heterónimos.A figura enigmática em que se tornou movimenta grande parte dos estudos sobre as suas vida e obra, além do fato de ser o centro irradiador da heteronímia, auto-denominando o autor um "drama em gente".


Para saber um pouco mais:
Heteronímia[1] (heteros = diferente; + ónoma = nome) é o estudo dos heterónimos, isto é, estudo de autores fictícios (ou pseudoautores) que possuem personalidade. Ao contrário de pseudónimos, os heterónimos constituem uma personalidade. O criador do heterónimo é chamado de "ortónimo". O maior e mais famoso exemplo da produção de heterónimos é do poeta português Fernando Pessoa, criador de Ricardo Reis, Álvaro de Campos e Alberto Caeiro, além de outros de menor importância e do semi-heterónimo Bernardo Soares.

Sendo assim, quando o autor assume outras personalidades como se fossem pessoas reais.

Heteronímia (2) - desinência de gênero, em que o caso masculino e o feminino são representados por vocábulos completamente diferentes. Ex: homem - mulher; bode - cabra.

QUEM É RICARDO REIS?

Ricardo Reis (1887 - ?) é um dos três heteronimos mais conhecidos de Fernando Pessoa. Nascido na cidade do Porto. Estudou num colégio de jesuítas, formou-se em medicina e, por ser monárquico, expatriou-se espontaneamente desde 1919, indo viver no Brasil.


QUEM É ÁLVARO DE CAMPOS?

Álvaro de Campos (1890 - 1935) é um dos heterónimos mais conhecidos de Fernando Pessoa. Este fez uma biografia para cada um dos seus heterónimos e declarou assim que Álvaro de Campos : «Nasceu em Tavira, teve uma educação vulgar de Liceu; depois foi mandado para a Escócia estudar engenharia, primeiro mecânica e depois naval. Numas férias fez a viagem ao Oriente de onde resultou o Opiário. Agora está aqui em Lisboa em inactividade.»

Era um engenheiro de educação inglesa e origem portuguesa, mas sempre com a sensação de ser um estrangeiro em qualquer parte do mundo. Pessoa disse também em relação a este heterónimo que :

Eu fingi que estudei engenharia.

Vivi na Escócia. Visitei a Irlanda. Meu coração é uma avozinha que anda Pedindo esmolas às portas da alegria.

Opiário!!

Ao Senhor Mário de Sá-Carneiro


É antes do ópio que a minh'alma é doente.
Sentir a vida convalesce e estiola
E eu vou buscar ao ópio que consola
Um Oriente ao oriente do Oriente.
Esta vida de bordo há-de matar-me.
São dias só de febre na cabeça
E, por mais que procure até que adoeça,
já não encontro a mola pra adaptar-me.
Em paradoxo e incompetência astral
Eu vivo a vincos de ouro a minha vida,
Onda onde o pundonor é uma descida
E os próprios gozos gânglios do meu mal.
É por um mecanismo de desastres,
Uma engrenagem com volantes falsos,
Que passo entre visões de cadafalsos
Num jardim onde há flores no ar, sem hastes.
Vou cambaleando através do lavor
Duma vida-interior de renda e laca.
Tenho a impressão de ter em casa a faca
Com que foi degolado o Precursor.
Ando expiando um crime numa mala,
Que um avô meu cometeu por requinte.
Tenho os nervos na forca, vinte a vinte,
E caí no ópio como numa vala.
Ao toque adormecido da morfina
Perco-me em transparências latejantes
E numa noite cheia de brilhantes,
Ergue-se a lua como a minha Sina.
Eu, que fui sempre um mau estudante, agora
Não faço mais que ver o navio ir
Pelo canal de Suez a conduzir
A minha vida, cânfora na aurora.
Perdi os dias que já aproveitara.
Trabalhei para ter só o cansaço
Que é hoje em mim uma espécie de braço
Que ao meu pescoço me sufoca e ampara.
E fui criança como toda a gente.
Nasci numa província portuguesa
E tenho conhecido gente inglesa
Que diz que eu sei inglês perfeitamente.
Gostava de ter poemas e novelas
Publicados por Plon e no Mercure,
Mas é impossível que esta vida dure.
Se nesta viagem nem houve procelas!
A vida a bordo é uma coisa triste,
Embora a gente se divirta às vezes.
Falo com alemães, suecos e ingleses
E a minha mágoa de viver persiste.
Eu acho que não vale a pena ter
Ido ao Oriente e visto a índia e a China.
A terra é semelhante e pequenina
E há só uma maneira de viver.
Por isso eu tomo ópio. É um remédio
Sou um convalescente do Momento.
Moro no rés-do-chão do pensamento
E ver passar a Vida faz-me tédio.
Fumo. Canso. Ah uma terra aonde, enfim,
Muito a leste não fosse o oeste já!
Pra que fui visitar a Índia que há
Se não há Índia senão a alma em mim?
Sou desgraçado por meu morgadio.
Os ciganos roubaram minha Sorte.
Talvez nem mesmo encontre ao pé da morte
Um lugar que me abrigue do meu frio.
Eu fingi que estudei engenharia.
Vivi na Escócia. Visitei a Irlanda.
Meu coração é uma avòzinha que anda
Pedindo esmola às portas da Alegria.
Não chegues a Port-Said, navio de ferro!
Volta à direita, nem eu sei para onde.
Passo os dias no smokink-room com o conde -
Um escroc francês, conde de fim de enterro.
Volto à Europa descontente, e em sortes
De vir a ser um poeta sonambólico.
Eu sou monárquico mas não católico
E gostava de ser as coisas fortes.
Gostava de ter crenças e dinheiro,
Ser vária gente insípida que vi.
Hoje, afinal, não sou senão, aqui,
Num navio qualquer um passageiro.
Não tenho personalidade alguma.
É mais notado que eu esse criado
De bordo que tem um belo modo alçado
De laird escocês há dias em jejum.
Não posso estar em parte alguma. A minha
Pátria é onde não estou. Sou doente e fraco.
O comissário de bordo é velhaco.
Viu-me co'a sueca... e o resto ele adivinha.
Um dia faço escândalo cá a bordo,
Só para dar que falar de mim aos mais.
Não posso com a vida, e acho fatais
As iras com que às vezes me debordo.
Levo o dia a fumar, a beber coisas,
Drogas americanas que entontecem,
E eu já tão bêbado sem nada! Dessem
Melhor cérebro aos meus nervos como rosas.
Escrevo estas linhas. Parece impossível
Que mesmo ao ter talento eu mal o sinta!
O fato é que esta vida é uma quinta
Onde se aborrece uma alma sensível.
Os ingleses são feitos pra existir.
Não há gente como esta pra estar feita
Com a Tranqüilidade. A gente deita
Um vintém e sai um deles a sorrir.
Pertenço a um gênero de portugueses
Que depois de estar a Índia descoberta
Ficaram sem trabalho. A morte é certa.
Tenho pensado nisto muitas vezes.
Leve o diabo a vida e a gente tê-la!
Nem leio o livro à minha cabeceira.
Enoja-me o Oriente. É uma esteira
Que a gente enrola e deixa de ser bela.
Caio no ópio por força. Lá querer
Que eu leve a limpo uma vida destas
Não se pode exigir. Almas honestas
Com horas pra dormir e pra comer,
Que um raio as parta! E isto afinal é inveja.
Porque estes nervos são a minha morte.
Não haver um navio que me transporte
Para onde eu nada queira que o não veja!
Ora! Eu cansava-me o mesmo modo.
Qu'ria outro ópio mais forte pra ir de ali
Para sonhos que dessem cabo de mim
E pregassem comigo nalgum lodo.
Febre! Se isto que tenho não é febre,
Não sei como é que se tem febre e sente.
O fato essencial é que estou doente.
Está corrida, amigos, esta lebre.
Veio a noite. Tocou já a primeira
Corneta, pra vestir para o jantar.
Vida social por cima! Isso! E marchar
Até que a gente saia pla coleira!
Porque isto acaba mal e há-de haver
(Olá!) sangue e um revólver lá pró fim
Deste desassossego que há em mim
E não há forma de se resolver.
E quem me olhar, há-de-me achar banal,
A mim e à minha vida... Ora! um rapaz...
O meu próprio monóculo me faz
Pertencer a um tipo universal.
Ah quanta alma viverá, que ande metida
Assim como eu na Linha, e como eu mística!
Quantos sob a casaca característica
Não terão como eu o horror à vida?
Se ao menos eu por fora fosse tão
Interessante como sou por dentro!
Vou no Maelstrom, cada vez mais pró centro.
Não fazer nada é a minha perdição.
Um inútil. Mas é tão justo sê-lo!
Pudesse a gente desprezar os outros
E, ainda que co'os cotovelos rotos,
Ser herói, doido, amaldiçoado ou belo!
Tenho vontade de levar as mãos
À boca e morder nelas fundo e a mal.
Era uma ocupação original
E distraía os outros, os tais sãos.
O absurdo, como uma flor da tal Índia
Que não vim encontrar na Índia, nasce
No meu cérebro farto de cansar-se.
A minha vida mude-a Deus ou finde-a ...
Deixe-me estar aqui, nesta cadeira,
Até virem meter-me no caixão.
Nasci pra mandarim de condição,
Mas falta-me o sossego, o chá e a esteira.
Ah que bom que era ir daqui de caída
Pra cova por um alçapão de estouro!
A vida sabe-me a tabaco louro.
Nunca fiz mais do que fumar a vida.
E afinal o que quero é fé, é calma,
E não ter estas sensações confusas.
Deus que acabe com isto! Abra as eclusas —
E basta de comédias na minh'alma!
(No Canal de Suez, a bordo)

QUEM É ALBERTO CAEIRO?

Alberto Caeiro (16 de Abril de 1889 - 1915) é considerado o mestre dos heterónimos de Fernando Pessoa, apesar da sua pouca instrução.

Foi um poeta ligado à natureza, que despreza e repreende qualquer tipo de pensamento filosófico, afirmando que pensar obstrui a visão ("pensar é estar doente dos olhos").


QUEM É BERNADO SOARES?

Bernardo Soares é um tipo particular dentre os heterônimos do poeta e escritor português Fernando Pessoa. É o autor do Livro do Desassossego, escrito em forma de fragmentos.
O Livro do Desassossego é uma das obras maiores de Fernando Pessoa. É assinado pelo semi-heterónimo Bernardo Soares. É um livro fragmentário, sempre em estudo por parte dos críticos pessoanos, tendo estes interpretações díspares sobre o modo de organizar o livro.